Secretaria Municipal da Saúde recebeu alunos em iniciativa pioneira da Fiocruz e o movimento Levante Popular da Juventude

Nesta semana, os serviços da rede municipal de Saúde de Diadema foram locais de vivência para 30 universitários que integram o Projeto ViverSUS, uma iniciativa pioneira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o movimento social Levante Popular da Juventude (LPJ), para estimular a prática de formação profissional em saúde alinhada aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e qualificar o atendimento à juventude.
“A visita contribui para a formação dos estudantes à medida em que permite vivenciar a teoria e prática e o funcionamento do SUS na rede de Diadema. Para nós é motivo de muito orgulho termos sido escolhidos para receber o projeto e é uma satisfação compartilhar com esses jovens nossas vivências e desafios”, afirmou a secretária municipal da saúde, Dra Rejane Calixto.
A gerente da UBS Nações, Elaine Cristina de Oliveira, uma das unidades visitas pelos estudantes elogiou o intercâmbio. “Foi uma experiência riquíssima, por ser alunos de vários estados do Brasil, realidades diferentes que participam de Um Projeto Levante Popular da Juventude + Fiocruz e compartilhar nossa experiência e poder ver que estamos muito a frente em Diadema”.

Para a estudante do 8º semestre de Enfermagem da Universidade de Pernambuco (UPE) Natália Almeida Rodrigues, a visita reforçou seu desejo de atuação na Atenção Básica. “Essa experiência tem despertado o desejo de fortalecer o Sistema Único de Saúde e de proporcionar para a população uma saúde de fato emancipatória, que é o que acreditamos. A gente não consegue mudar as coisas se a gente não tiver saúde, não só saúde no sentido de doença porque é um conceito muito mais complexo, precisa ter educação, acesso ao lazer, à cultura, a esporte”, relatou.
O grupo é formado por alunos de graduação em psicologia, arquitetura, medicina, enfermagem, fonoaudiologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia, biologia, ciências sociais, letras e dança, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Ceará, Bahia e Pernambuco.
Os alunos foram divididos em três turmas de 10 integrantes para visitar serviços como Espaço Colmeia, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III) Norte, Unidade Básica de Saúde (UBS) Nações e Quarteirão da Saúde (Regulação, Vigilância em Saúde, PET Saúde, Ambulatório Dia Trans, Comitê da Saúde da População Negra e Conselho Popular em Saúde). Nesta quinta-feira (26/01), a visita foi aos serviços instalados no Ambulatório de Especialidades Quarteirão da Saúde.
“Me formei em universidade privada. Temos uma formação muito distante da realidade do SUS. A vivência tem esse aspecto fundamental de conseguir chegar a estudantes que estão num contexto diferente de saúde e que, por muitas vezes, tem uma noção equivocada do sinônimo saúde”, pondera a psicóloga cearense Amanda Primo. “Muitas pessoas ainda tem pensamento de que o SUS é ruim, que não presta atendimento de qualidade, mas nós somos o serviço de saúde que é referência mundial. Poderia ter uma abrangência muito maior, mas ainda chega a lugares inimagináveis, porque se não tivesse o SUS algumas pessoas estariam totalmente desassistidas”, garante Natália.
Ampliar o olhar sobre saúde pública e conhecer as ações voltadas para o público jovem foram algumas das motivações para o estudante do 8º semestre de fisioterapia da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Daniel Machado. “Temos demandas e olhares diferentes das pessoas que estão formadas aqui e já conhecem o sistema. Também somos de diferentes localidades, então cada realidade dessas regiões vai ter uma necessidade. Muito do objetivo da vivência é acessar a juventude, por isso quero conhecer como está a juventude aqui, como as tecnologias atingem a população jovem e a população jovem vulnerável. Esses são caminhos para abrangermos o tema da juventude na saúde”, afirma.

Até o final da semana (29/01), os alunos também passarão por vivências em serviços da capital de São Paulo e debate na Escola Nacional Paulo Freire, onde os alunos estão alojados. Além de participar da imersão, os universitários serão multiplicadores desses conhecimentos em seus estados de origem. Para o psicólogo Eder Reis, do estado da Bahia, essa tarefa é fundamental. “Estamos vivendo um momento de reconstrução do projeto político do SUS, que acompanha esse processo de reconstruir o Brasil, a soberania nacional, a democracia e os direitos sociais. E isso também passa pela saúde pública. Então, a vivência carrega não só o sentido de fazer com que a gente se sensibilize com a construção do SUS, mas também que a gente se construa nesse processo”, ressalta.
Referência
Diadema também é referência de políticas públicas para alunos da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) que, por meio de parceria entre a faculdade e a Secretaria Municipal de Saúde, promoveu imersão de alunos, durante uma semana, em quatro edições desde outubro de 2021. Além disso, em agosto de 2022, os equipamentos do Sistema de Saúde da rede municipal de Diadema passaram a ser campo de estágio para a disciplina regular de Projeto Aplicado do curso de graduação de Administração Pública da FGV.
Por Renata Nascimento
Fotos: Mauro Pedroso e Divulgação PMD